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27 agosto, 2010

Dieta calorica favorece presença de leptina no cérebro

26/08/2010 - 02h08
ieta calórica favorece presença de leptina no cérebro
Por Valéria Dias, da Agência USP
Uma dieta de alta energia (alto valor calórico) oferecida para novilhas com idades entre 18 e 20 meses permitiu uma maior presença de leptina no cérebro desses animais. A leptina é um hormônio produzido a partir do tecido adiposo e que está envolvido com os processos de obesidade e puberdade.

O trabalho faz parte de uma linha de pesquisa do Departamento de Nutrição e Produção Animal (VNP) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, em Pirassununga, que busca desvendar quais mecanismos estão envolvidos na obtenção da puberdade de bovinos. A idéia é entender o papel de alguns genes e hormônios na ativação desta fase da vida animal.

“No cérebro, a leptina se liga aos seus receptores cerebrais e, em conjunto com outros hormônios, sinaliza para o hipotálamo que o organismo está preparado para entrar na puberdade”, explica a médica veterinária Juliane Diniz Magalhães. Ela é autora da pesquisa de mestrado Efeito da leptina e da nutrição sobre o papel de expressão de genes hipotalâmicos em novilhas zebuínas (Bos taurus indicus) no início da puberdade, apresentada no último sob a orientação e coordenação do professor Luis Felipe Prada e Silva, responsável pelo Laboratório de Genômica Funcional.

Outra constatação do estudo é que a dieta com alto valor calórico interferiu na atuação dos receptores cerebrais denominados neuropeptídeos Y (NPY). Esses neuropeptídeos impedem a atuação positiva da leptina. “Os neuropeptídeos Y e a leptina são ‘competidores’: o NPY inibe a puberdade e a leptina a estimula. Se houver mais NPY e pouca leptina, ele vai se ligar aos seus receptores e inibir a puberdade. Já uma maior quantidade de leptina no cérebro reduz a produção de NPY e estimula a ovulação”, explica Juliane.

Indução da puberdade

Juliane estudou o papel da leptina na indução da puberdade em novilhas nelore com idades entre 18 e 20 meses. Os animais – 36 no total – foram divididos em três grupos: alimentação de baixa energia (baixo valor calórico) – grupo controle -, alimentação de alta energia e alimentação de baixa energia com adição de leptina via injeção.

“Teoricamente, uma dieta rica em energia poderia antecipar a entrada dessas novilhas na fase reprodutiva, ou seja, novilhas melhor alimentadas entrariam na puberdade mais cedo”, informa a pesquisadora. Na pratica, porém, Juliane é cautelosa. De acordo com ela, apesar de os resultados obtidos em seu mestrado indicarem que uma dieta de alta energia favorece o aumento de leptina no organismo, ainda é muito cedo para associar estes achados diretamente com a antecipação da puberdade nestes animais.

No início do experimento, nenhuma das fêmeas havia entrado na puberdade. Esses animais passaram por um acompanhamento, com exames de ultrasom duas vezes por semana, durante aproximadamente 8 meses, e foram enviadas para abate a medida que apresentaram ovulação (formação da estrutura do corpo lúteo no ovário). De acordo com Juliane, na média do experimento, as novilhas Nelore entraram em puberdade com 24 meses. “Dentro dos 8 meses de avaliação, algumas ovularam com 22, outras com 26 meses”, aponta.

“Esse tempo de 8 meses foi quando a última foi abatida, pois nosso parâmetro foi a obtenção da puberdade. Tivemos novilhas abatidas com 1 mês e meio de experimento”, explica. Após o abate, a pesquisadora analisou o cérebro dos animais.

Produtividade

De acordo com a pesquisadora, apesar de o Brasil ter o maior rebanho comercial do mundo, os Estados Unidos ocupam o primeiro lugar no aspecto produtivo. As maiores diferenças estão ligadas ao tipo de criação: lá o sistema é de confinamento, e no Brasil, em sua maioria, pastagens. Por conta disso, a alimentação também é diferenciada.

Outro ponto são os diferenciais ligados a raça: nos Estados Unidos, cria-se mais gado de origem européia: taurinos, como a Angus; no Brasil, usa-se o tipo zebuíno, de origem indiana, como a raça Nelore. Nos Estados Unidos, as fêmeas entram na puberdade aos 12 meses, em média. No Brasil, é o dobro de tempo: aqui, os animais iniciam a idade reprodutiva a partir dos 24 meses.

A linha de pesquisa na qual o mestrado de Juliane está inserido visa exatamente entender, com exatidão, os mecanismos envolvidos na ativação da puberdade de bovinos. “Esses conhecimentos irão permitir seleção eficiente de animais mais precoces, e também que, no futuro, possam ser fabricados fármacos que antecipem a entrada das novilhas na idade reprodutiva fato que, conseqüentemente, vai aumentar a produtividade da pecuária no Brasil”, esclarece.

Imagem cedida para a pesquisadora

(Envolverde/Agência USP de Notícias)

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